Por favor, não me magoes mais uma vez. Tens as duas partes do meu coração nas tuas mãos. É o que resta de tudo. É tudo o que ainda tenho para sobreviver. São apenas dois bocadinhos. Porque é que os magoas? Qual é o motivo que tens para parti-los? Por favor, tem pena de mim. Lembra-te de que tu eras o único motivo de todas as lágrimas, de todas as dores, de todos os sofrimentos, de todas as palavras duras e dos gestos feios. Porque não decides ir procurar outro coração, um coração inteiro? Fica com ele, por favor. É a última coisa que te peço. Se é assim tão importante, por favor volta para os braços dele. Não me importa se é amor ou não, se é inveja ou não. O que me importa sou apenas eu. Eu e a minha felicidade. São eles os meus únicos objectivos. Tu desapareceste totalmente da minha vida hoje. Hoje foi o dia. E não, nunca mais vou voltar com a minha palavra atrás. Quando voltei atrás, mais um bocadinho deste meu coração ficou lá. Serviu de alguma coisa? Não, não serviu. Só me valeu noites sem sono e presas num choro silencioso, valeu-me uma intensa dor, um mar de espinhos dolorosos. E onde estavas tu? Em lado nenhum. Longe, como sempre. Importaste-te? Parece-me que não. Considera isto a despedida. Não mereceste o meu amor, isso sempre eu soube. Mas a minha amizade nunca pensei que a ferisses devido a isto. Há que saber separar as coisas. E tu não o fizeste e escusas de pensar que sou eu que o vou fazer. Acabou de vez. Quando voltares para ele não me vou preocupar se me magooas ou não. Isso é passado. Preocupa-me apenas os meus amigos. Sim, amigos, ainda te lembras da definição? Espero que sim. São eles agora a minha felicidade. Os meus pilares e o meu suporte eterno. Ao contrário de ti, tenho a certeza de que estarão sempre comigo, ao meu lado lutando comigo por uma felicidade justa e, acima de tudo, estar ao meu lado a apoiar-me nos momentos menos bons. E tu não serás mais a razão desses momentos maus. Tu não és nada. Nem felicidade nem tristeza. És apenas uma marca triste (e vergonhosa) do meu passado, por quem me apaixonei por infelicidade do destino. O meu maior erro foi considerar que tu eras tudo. Tu eras os momentos bons, os risos, as gargalhadas e os sorrisos. Fiquei dependente de ti, nunca procurei ser feliz junto de outras pessoas. E com esta situação toda, acabei por me ir abaixo. O meu único suporte tinha-me magoado como nunca fui magoado em toda a minha vida. E agora? Agora os melhores estão comigo. A nossa relação não acabou, é certo. Continuamos amigos, mas amigos um pouco longe um do outro. Somos conhecidos, vivemos momentos juntos que foram muito felizes e (quem sabe?) poderemos ficar juntos no próximo ano. Aí sim, talvez arranjes tempo para a nossa amizade, e onde poderás ter consciência de tudo o que me fizeste. Sim, ainda tens tempo para reconstruir tudo o que fizeste questão de destruir. Mas isso já não é comigo. Se quiseres reconstruir e tentar remodelar tudo isto, tudo bem. Caso não queiras, tanto me faz. Já me rendi e percebi que há várias coisas que nunca serão como dantes. Era bom de mais, e irreal também. Por isso, e agora depois de muitas palavras, falta apenas uma coisa: um gesto. E esse gesto não é meu, é teu. É a tua oportunidade. E não te esqueças, ainda tens os bocados do meu coração na tua mão. Cuida-te.
Sem comentários:
Enviar um comentário