terça-feira, 24 de julho de 2012

Pensamentos do Dia - 2ª Edição

Hoje cá está mais um poema escrito por mim. Foi feito há uns meses e decidi postar. Fala das impossibilidades do amor. Espero que gostem!

É a noite eterna e persistente                                               reclamada pelas estrelas cintilantes
Foi a ninfa malvada e contente
Levar o sangue nos turbantes.

Os astros hão-de perceber
A tristeza que é suportar um sentimento que seduz
Quando existe um capítulo em aberto
Que por vezes é um tormento de luz.

E cruza a ténue linha do céu para o inferno
Difamando a primavera
Por um infindável Inverno.

Mas... nesse tempo todas as promessas se cumpriam devagar
E morrer era a única coisa verdadeiramente improvável,
Quando o sinónimo era simplesmente...
Amar.


Imagens do Dia

Se houver terra dos ciúmes, eu serei o Rei.


Em homenagem ao filme Titanic (e ao sentimento que ele representou).

domingo, 22 de julho de 2012

Oficialmente matriculado em...

Línguas e Humanidades! Era o único curso que continha todas as disciplinas que gostava e que também me dava alguma segurança para tirar boas notas no 10º Ano. Mas uma coisa é gostar do curso, outra é tentar perceber aquilo que realmente gostaríamos de ter como profissão. 
Eu amava ser professor de História mas, por infelicidade do destino, o curso já fechou na Universidade. As escolas estão superlotadas de professores que praticam esta disciplinas e se, porventura, decidisse seguir isto o resultado era o desemprego. Sendo assim, vou ser advogado. Rezem!
Medo, muito medo... Estou oficialmente também como aluno da Escola Secundária Antero de Quental (Ponta Delgada, Açores). Também havia a opção de ir para a Domingos Rebelo, mas a que escolhi lecciona melhor e é melhor especializada no curso que desejo.
Espero ficar com umas quatro pessoas que conheça numa turma porque se ficar sem ninguém o ano já começa muito mal mesmo! Mas sinto-me confiante. Já conheço mais ou menos a escola, e ela dá-me paz interior (fenómeno estranho...).

Nova Escola
(E sim, a mim também me lembra um Panteão Grego)

Curso Escolhido

Disciplinas Obrigatórias (em qualquer curso):
- Português A;
- Língua Estrangeira (escolhi Inglês);
- Filosofia;
- Educação Física.

Disciplina Obrigatória do Curso:
- História A.

Disciplinas Facultativas (as que escolhi):
- Latim (necessito das bases da língua para as leis, caso contrário nem olhava para ela);
- Literatura Portuguesa.

Estado de Espírito Actual:

terça-feira, 17 de julho de 2012

Un rêve: visiter le Musée du Louvre!

Tanto o Museu do Louvre como a cidade de Paris marcaram-me profundamente desde o 7º Ano, o ano mais feliz da minha vida. Visitá-lo é um sonho que quero concretizar! Conheçam agora cinco motivos para conhecê-lo.

#5 - A Pirâmide Egípcia
Esta pirâmide foi construída em 1989, pelo presidente François Mitterrand. Esta personalidade da política tinha uma grande paixão pelo Egipto e pela sua misteriosa civilização, pelo que decidiu mandar construir este monumento. 
Embora muitos não o saibam, é possível entrar dentro desta pirâmide, onde se pode encontrar livrarias, cafés, restaurantes e ateliês relacionados com o Museu. Esta construção também está dotada de um elevador que nos fará subir até ao seu extremo, apreciando a paisagem ao longo dos seus 666 painéis de vidro. 
Todas as noites, esta construção é ligada a energia de luz, ficando com uma tonalidade prateada lindíssima, não havendo adjectivos concretos para a sua descrição. 

Figura 1: Pirâmide do Louvre iluminada à noite

Figura 2: Panorâmica da Pirâmide vista de dentro

#4 - Viagem no Tempo
Este é talvez o único museu do Mundo em que entras numa sala e sentes-te no Egipto e, ao mudares de sala imediatamente, entras no Renascimento! É uma viagem constante entre as várias épocas que marcaram a História Mundial. E isso nem se deve muito às obras lá presentes, mas sim aos espaços ricamente decorados para o efeito. Todas as salas estão espectacularmente equipadas para apresentar a época das obras de arte que inclui. Magnífico!

Figura 3: Sala do Barroco

Figura 4: Pormenor do Tecto

#3 - Obras mais famosas do Mundo
Se este é o museu mais famoso do Mundo é natural que tenha obras que sejam conhecidas de todos nós. Desde a Escultura à Pintura, algumas destacam-se desde logo. Conheça-as nas imagens abaixo apresentadas:

Figura 5: Vitória de Samotrácia 
Descoberta 1863, esta estátua seria uma representação fiel da deusa Nice, mandada construir pelo rei Demétrio I da Macedónia. O motivo da sua construção foi uma vitória naval sobre a população que vivia na ilha de Rhodes. 

Figura 6: Vénus de Milo
Esta é uma representação física da Deusa Vénus, divindade adorada pelo Império Romano. Foi descoberta em 1820, na cidade de Milos, no Mar Egeu. Esta estátua terá sido roubada pelo povo Otomano, aquando do seu domínio pela Europa.
A identificação de quem está representado é algo que ainda hoje intriga os historiadores pois, segundo os descobridores da estátua, ela já só possuía um braço com uma maçã na mão, o que aponta para Eva, personagem bíblica. No entanto, Vénus foi como ficou conhecida mundialmente.

Figura 7: La Liberté guidand le Peuple
Esta é uma obra de 1830, comemorando os 40 anos da instauração da República em França (1789), da autoria do pintor Eugène Delacroix. Esta pintura inspirou a construção da famosa Estátua da Liberdade, que se encontra hoje no porto marítimo de Nova Iorque.

Figura 8: Escriba Sentado
Esta escultura ficou imensamente conhecida devido ao facto de ser uma das únicas que representam alguém da Sociedade Egípcia sem ser da Realeza. Nesta civilização, apenas haviam esculturas e sarcófagos de faraós e da sua família real. Foi descoberta na cidade de Saqqara. 

Figura 9: Couronnement de Bonaparte
Esta pintura representa o famoso imperador francês Napoleão Bonaparte coroando-se a si próprio e à esposa, como reis da França. Ficou famosa porque foi das poucas pinturas que foi feita exactamente na hora em que o acontecimento ocorreu.

#4 - Mona Lisa
Decerto, ao ler o tópico anterior reparou na falta da obra mais valiosa e mais famosa de todo este museu: a célebre pintura de Mona Lisa, da autoria de Leonardo Da Vinci. Pois aqui está ela, merecendo grande destaque neste artigo. É a obra mais importante da história da Arte e a mais conhecida em todo o Mundo! Nesta pintura foi utilizada uma técnica inovadora: o sfumato, nos olhos da senhora. Pode estar em qualquer ponto da sala, que a senhora estará sempre a olhar para si. Um efeito assombroso, até.
Não há ainda provas da real existência da senhora Lisa Gioconda, esposa de Francesco Del Giocondo dama italiana que supõe-se ser aquela que Leonardo terá pintado neste quadro, sendo este mais um dos atractivos na obra. Para além disso, e depois do lançado do polémico livro O Código Da Vinci, da autora de Dan Brown, o interesse por este quadro aumento progressivamente.
Por explicar também está a sua longevidade, pois esta pintura está data de 1506, o que significa que tem 506 anos e continua impecavelmente perfeita.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

2009/2012: Os melhores anos da minha Vida

Porque este momento um dia teria de chegar, infelizmente. Foram três anos juntos que resultaram em muitos momentos, sorrisos e lembranças. Acima de tudo, apaixonei-me pela minha turma e pelos meus professores. No fundo, há mudanças que nunca deveriam acontecer!


Estamos juntos desde 2009. No ano lectivo anterior, tinha sofrido como ninguém: tinha uma turma invejosa e horrível, haviam problemas todos os dias e as crises de choro eram muitas. Foram vocês que me deram forças e tornaram-me na pessoa que sou hoje, uma pessoa feliz. 
Fomos seleccionados entre os melhores, desde sempre a nossa turma foi a melhor da escola. Tivemos os melhores professores de sempre. Aqueles que, além de ensinarem matéria, ensinam a vida. Tivemos projectos excelentes, alguns até viajaram a países como a Bulgária, Eslováquia, Itália ou Suécia. 
Houve momentos tristes, é certo. Tristes nem tantos, duros sim. Ultrapassei tudo, com a vossa ajuda. Hoje, basta olhar para uma folha de um dossier ou para um filme que vimos, que lembro-me logo de algo que aconteceu naquela altura. E aí sorrio, sorrio como se não houvesse amanhã. Acima de tudo, amo-vos muito e agradeço do fundo do coração toda a felicidade que me deram nestes que foram os melhores anos da minha vida! :-)

domingo, 1 de julho de 2012

Pintar a Saudade - Conto

Mais um conto, desta vez num contexto familiar onde se vive saudade e tristeza devido a uma perda de peso. Espero que gostem!


Todos os dias a culpa invadia-a, tal e qual como o sol levantava-se. Sara não podia fazer nada, ela penetrava-lhe o coração e fazia-a chorar, sempre. Já se tinha passado tanto, mas tanto tempo e a dor era sempre igual: pela manhã, a história aparecia-lhe na mente de uma forma tão verídica, quanto dolorosa.
Catorze anos atrás. Era para ser um dia especial, afinal não era todos os dias que havia uma visita de estudo ao Jardim Zoológico. A turma toda estava eufórica, inclusive ela e o irmão, Gonçalo. A viagem ia durar, pelo menos, duas horas e ambos decidiram dormir.
O autocarro já tinha chegado e todos acordado, menos Gonçalo. Mal sabiam que o sono dele seria eterno. O irmão sempre teve problemas cardíacos, mas nunca nenhum médico deu a indicação de que ele poderia ser vítima de um ataque cardíaco. Nunca mais Sara foi a mesma. Nunca mais a mãe foi a mesma. Tudo mudou naquele dia, para sempre.
A mãe tornou-se fria com ela, dizendo-lhe sempre na cara que a culpa fora dela. E Sara cresceu com essa dor e, sobretudo, com uma culpa tão grande que nunca terminaria.
Sara tinha talento para a pintura e, desde cedo, a mãe soube aproveitar-se disso. Ela queria ser arquiteta mas a mãe obrigou-a a ser pintora. Tinha pena da mãe, afinal esta atirava-lhe sempre à cara que ela era a sua única filha e que tinha trabalhado toda a vida para ver a filha feliz e numa profissão que lhe agradasse.
Um dia, tinha ido verificar a caixa de correio e ficou estupefacta ao ver uma carta da sua escola em seu nome. Decidiu logo abri-la e lê-la. A missiva dava-lhe os parabéns pelas suas ótimas notas no curso de Artes e oferecia-lhe gratuitamente a estadia numa escola de renome em Inglaterra para aprofundar os seus conhecimentos, com direito a um acompanhante. A jovem quase chorou de alegria e foi logo contar a novidade à sua mãe.
Duas semanas depois as duas tinham chegado à capital do país inglês. A escola era moderna, os professores exigentes mas profissionais, enfim, Sara só tinha motivos para estar feliz. No entanto, embora amasse a pintura, não se sentia completa. Ao mesmo tempo, quando pensava na mãe, tudo mudava de figura e desistira da ideia de mudar de profissão.
Dois meses depois, a jovem tinha voltado para casa, em Portugal, com a mãe. No dia seguinte recebia uma carta da Galeria de Arte Lisboeta a convidá-la para criar uma exposição sua a ser colocada neste tão nobre espaço, lado a lado com figuras incontornáveis, tais como Paula Rego ou Vieira da Silva.
A hora havia sido chegada. Seria nesta exposição que homenagearia o irmão. Estava decidido. Para isso, primeiro pediu à mãe para ir visitar o quarto do irmão, onde se inspiraria. A mãe primeiro proibi-a, mas depois, pensando no dinheiro que poderia ganhar com o lucro da venda dos quadros, lá a deixou ir.
Depois de três semanas de árduo trabalho, a jovem tinha há sua frente doze quadros retratando todos os momentos felizes da curta vida do seu irmão. Depois disto, saiu de casa e foi à Galeria avaliar o espaço onde poderia colocar as peças e saber pormenores da exposição.
A mãe, curiosíssima para ver o resultado final, ganhou coragem e decidiu entrar no quarto. Ficou chocada! Tinha que dar os parabéns à filha: bastava olhar para qualquer lado que lhe vinha logo à mente uma memória feliz do filho. Mas logo depois a raiva tomou-lhe conta do coração: lembrou-se da morte do filho, da dor que ainda tinha no peito mas, sobretudo lembrou-se que a filha era a culpada por todo o inferno que viveu após a ida do seu primogénito.
Pegou nos quadros todos e levou-os para o quintal. Aí deitou-lhos gasolina por cima e largou um palito em cima. O fogo estava alto. Gritou aos quatro ventos como uma louca, amaldiçoando a filha, acusando-a da morte do irmão. Logo depois, pegou numa caixa, colocou lá dentro todas as cinzas dos quadros, e foi pô-la no quarto de Gonçalo.
Não contente com isto, escreveu uma carta dizendo que a filha tinha vinte e quatro horas para sair de casa e que nunca mais a queria ver na frente.
À noite, quando Sara chegou a casa ficou chocada com o ocorrido. A carta era bem clara. Pegou numa mochila onde colocou roupa e objetos indispensáveis juntamente com a tela de pintura e todos os guaches e pincéis que tinha.
Era noite cerrada e as lágrimas caíam-lhe pela cara abaixo. Dirigiu-se para o rio em frente à sua casa. Neste rio brincara dias a fio com o seu irmão, durante a pequena infância feliz que teve. Abriu o cavalete e começou a pintar a cara do irmão. Misturou todas as cores mas, mesmo assim, a face do irmão estava resplandecente no quadro. Quando todos os guaches tinham terminado, usou as lágrimas para pintar.
Sentara-se a falar com o irmão e a admirar a sua obra-prima. Tinha saudades dele e a culpa acentuara-se como nunca. Dirigiu-se ao rio e atirou-se de mergulho. A respiração cessou imediatamente, para sempre. Partia agora atrás do único amor da sua vida.